O BRASIL É O PAÍS QUE MAIS ACREDITA EM DEUS

Marianna Bortolini
3 min readJul 12, 2023

--

Dados de uma pesquisa revelam que uma grande porcentagem de brasileiros declara fé em Deus

Em uma pesquisa recente*, o Brasil alcançou o topo do ranking em uma lista com 26 países. Do que se trata? Trata-se de uma apuração sobre o impacto da religião em diversos países do mundo. Os dados apontam que 89% dos brasileiros afirmam acreditar em Deus ou em um poder maior, sendo que, entre esses, 70% se declaram cristãos.

A Oitava Revista conversou com Gustavo Quirino, pastor auxiliar na Oitava, sobre esse aspecto religioso presente em todo o mundo, principalmente em nosso país. “A pesquisa retrata uma realidade: a de que as pessoas acreditam em algo. Acreditamos que Deus colocou no coração do homem um senso do divino, uma noção da própria eternidade”, pontua o pastor.

Um ser naturalmente religioso busca algo em que acreditar. Muito se fala sobre a , e essa palavra tão pequena pode ter vários significados. Para uns, a fé é algo que vem do íntimo, nossas crenças e esperanças mais profundas; para outros, ela é um conjunto de doutrinas.

Segundo o pastor, todas essas definições podem ser encontradas na Bíblia, mas acrescenta: “A fé é uma firmeza, uma confiança em Deus. Inclusive a fé é um elemento cristão. Na Bíblia, a fé não é um elemento dos outros povos, não se fala que os outros povos têm fé. A fé seria, então, um conjunto de crenças a respeito de Deus e de Cristo, e algo que está em nossos corações e deposita nossa confiança em Deus. De uma perspectiva bíblica, a fé verdadeira é apenas a fé em Deus, em Cristo”.

Como existe essa necessidade de se acreditar em algo, muitos levam esse impulso para outros lugares além de Deus. Pessoas depositam sua confiança em si mesmas, no dinheiro, na família ou constroem e elegem muitos outros ídolos na busca de preencher um espaço vazio em seu coração. “Parece uma necessidade dizer que se crê. Parece estranho dizer que você não acredita em Deus. Se você não está convencido de ser ateu militante, normalmente você diz que acredita em alguma coisa”, diz o pastor.

Essa é uma das razões pela qual as pessoas apelam para a fé quando passam por momentos de grandes dificuldades. Quando seus outros “pilares de fé” — coisas materiais e terrenas — caem, elas precisam de algo em que se agarrar e firmar. Como defende o pastor, “a vida é dura e parece que se você acreditar em alguma coisa, ela se torna mais tranquila. Existe a necessidade de explicar a vida e as pessoas usam qualquer crença, algo além, que dê sentido à vida”.

Uma outra razão de termos um alto número de autodeclarados cristãos por aqui é o que podemos chamar de “influência de uma cultura da religião”, aquela parcela de pessoas que nascem e crescem em lares evangélicos e que por esse motivo afirmam crer em Deus e se denominam cristãos. O resultado disso é o paradoxo entre um elevado índice de cristãos no Brasil e as altíssimas taxas de violência e corrupção registradas em solo brasileiro.

Como explica Gustavo, “os homens dizem que acreditam em Deus, mas parece que essa fé é uma fé que está presente no intelecto. Ter fé engloba não apenas a disposição de crer intelectualmente em algo, mas de entregar sua vida para viver conforme aquilo que Deus quer. É mais do que simplesmente declarar a fé, é viver a fé”.

Um equilíbrio entre a ortodoxia e ortopraxia é um caminho saudável a percorrer. O que isso significa? Ortodoxia é aquilo que cremos, uma boa teologia e conhecimento das doutrinas verdadeiramente bíblicas; já a ortopraxia é a forma como vivemos, nossa conduta no dia a dia. E o nosso pastor tem um convite: “Você precisa conhecer o Senhor Jesus e mudar a forma como você crê. Ter uma fé genuína e mudar a forma como você vive. O Senhor te chama para uma vida diferente e para andar em novidade de vida. O Senhor te chama a participar de uma igreja séria e proclamar o Evangelho que tem poder de fato para transformar o coração, e não só ser um número em uma pesquisa”.

*Pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, empresa especializada em pesquisa e de inteligência de mercado, entre os dias 20 de janeiro e 3 de fevereiro de 2023, com 19.731 entrevistados, em 26 países.

--

--

Marianna Bortolini

Cristã, jornalista, apaixonada por teologia, literatura, história, cinema e jogos de tabuleiro. 27 anos. Escrever é pensar.