A necessidade de Deus

Marianna Bortolini
3 min readMay 3, 2021

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Fresque de la villa Farnesina à Rome — Raphael

Algo que sempre me fascinou ao ter contato com as histórias relatadas na Bíblia, foi o fato de, mesmo fora do povo de Israel, as pessoas buscavam cultuar a um deus. O povo de Israel, em raras exceções, sempre recorria ao Deus de sua fé. Mas ao lermos as histórias bíblicas podemos perceber que, mesmo os outros povos, tinham a necessidade de recorrer aos seus deuses. Eu encontro um certo fascínio nisso pois, para mim, demonstra o quanto querer Deus, desejar o transcendente, é algo inerente ao ser humano.

Vemos muitas pessoas que querem ser boas no mundo e dedicam a vida a fazer diferença onde passam, mas muitas ignoram a ideia de Deus. Buscam transcender de tantas formas, seja em práticas meditativas, alimentação saudável, contato com a natureza ou simplesmente mudar hábitos que acreditam fazer certa diferença no mundo; mas esquecem da realidade divina revelada no Livro Sagrado. Para muitas delas, as pessoas que seguem uma orientação dita ser da parte de Deus, são loucas e alucinadas. Ao mesmo tempo em que elas mesmas fazem coisas do tipo: “ Vamos parar e agradecer a natureza.” Típico do ser humano orgulhoso que acha que não precisa de Deus. Amam a criação mas esquecem do Criador.

Por isso que quando leio sobre civilizações antigas e seus deuses me fascina. Me parece que era quase uma certeza de que tudo aquilo não veio do nada, que tudo é tão maravilhoso que precisa de uma origem. Essa origem deve ser de um ser (ou vários) supremo, algo superior a nós, meros mortais. Me parece que a ideia de não existir um Deus nem passava pela cabeça deles. Eles olhavam ao seu redor e sentiam a necessidade de cultuar a algo, pura adoração contemplativa.

O problema nunca foi a falta de fé em Deus mas sim buscar a deuses falsos.

Vejo isso hoje em dia. Muitas pessoas acreditam num Deus ou pelo menos uma força maior. Ao invés de conhecerem ao Deus verdadeiro pelo melhor meio de conhecê-lo, a Bíblia, a ignoram e buscam energias, astros ou a natureza. Está escrito:

Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém. (Romanos 1:25)

Se sentem perdidos, tateiam na escuridão mas ignoram a luz. Querem direção, olham para o céu mas veem o sol, a lua e as posições planetárias e estelares. Buscam o silêncio e a natureza, mas não pra se encherem da presença onipresente de Deus e glorificar a sua criação, e sim para se esvaziarem, porém não do ego, se esvaziam para mais vazio e solidão.

Em meio a essa necessidade e a natureza humana corrompida, houveram tentativas de mentes humanas criarem o divino. O resultado? Divindades orgulhosas, iradas e egoístas. Deuses ironicamente semelhantes a pecadores. Uma imagem que parece permanecer até hoje no imaginário de muitas pessoas. O oposto do Deus real que é amor, justiça e bondade. A trindade bendita. A comunidade de amor.

Voltemos todos a devoção e deleite no único e verdadeiro Deus, aquele revelado nas Escrituras.

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Marianna Bortolini

Cristã, jornalista, apaixonada por teologia, literatura, história, cinema e jogos de tabuleiro. 27 anos. Escrever é pensar.